A medicina
Medicina e poesia
Desde tempos remotos, medicina anda ao lado das letras, da cultura, e irradia saber nessa mistura intrigante e instigante, nessa sina exemplar, salutar faina divina em fazer da caneta o bisturi e do choro do ofício fazer rir pra poder renovar o sentimento.
A cultura é o melhor medicamento espiritual, da vida o elixir.
Desde tempos remotos o poeta é o maior vendedor de sentimento ao cantar sua dor, o seu lamento, ao fazer do prazer a sua meta.
A ciência era, então, muito discreta e buscava a verdade em qualquer ar; e nos seus desacertos foi buscar nos escritos um novo lenimento; o poeta curou o sofrimento, o doutor fez a dor cruel passar.
E não mais separou-se, desde então, o mister de curar do de escrever.
O contista mostrou também saber e foi ter nos confins do coração a cadência da sua inspiração. Descobriu na ciência a melodia e passou a viver seu dia-a-dia
entre o som mavioso do saber e o gostoso prazer de escrever: Medicina juntou-se a Poesia.
É preciso manter essa união, é preciso manter ativa a chama. O doutor que se fecha no seu drama alimenta o sofrer do coração.
Não retire o doutor (cirurgião, pediatra, obstetra ou analista) a caneta da mão. Escreva. Insista em manter a cultura em sua mente.
Alimente o saber e se alimente; abra os braços pra mais esta conquista.
Paulo Camelo
"Não é o diploma médico, mas a qualidade humana, o decisivo."
Carl Gustav Jung